quinta-feira, 13 de maio de 2010

A Informática no Brasil

O primeiro computador a chegar no Brasil foi o Univac da Sperry, importado pelo Governo de São Paulo em 1957. Quinze anos depois, o país possuía 700 sistemas, sendo que todos eles eram importados. Por isso, a afirmação de que "no Brasil dos anos 60 e 70, o computador era algo raro e estrangeiro." Em 1974, o Brasil atendia 98,6% do seu mercado de informática através da importação.

No final da década de 70, o número de computadores no país já chegava a 6 mil. Aproximadamente 70% dessas máquinas enquadravam-se na categoria mini. O minicomputador era um sistema de pequeno tamanho, multiusuário, multitarefa, com CPU de 16 bits e memória de 32 Kb a 64 Kb. Seus circuitos eram similares aos dos computadores de grande porte.

Os altos índices de importação impediam o desenvolvimento da indústria brasileira, pois as empresas nacionais não investiam nos produtos aqui desenvolvidos devido à impossibilidade de ganhar na concorrência com os produtos importados.

No Brasil, a partir de meados da década de setenta, devido à busca de desenvolvimento da nação, foram estabelecidas políticas para a construção de uma indústria própria.

Assim, o Governo Brasileiro deu origem à CAPRE - Comissão Coordenadora das Atividades de Processamento Eletrônico, à DIGIBRÀS - Empresa Digital Brasileira e à própria SEI - Secretaria Especial de Informática, que nasceu como órgão executivo do Conselho de Segurança Nacional da Presidência da República, em plena época da ditadura militar. Esse órgão tinha por finalidade regulamentar, supervisionar e fomentar o desenvolvimento e a transição tecnológica do setor.

Na década de 90, diversos programas de desenvolvimento da Informática foram criados, como: o Projeto Temático Multi-institucional em Ciência da Computação - Pro-TeM/CC - tendo por objetivo mudar decisivamente o status da pesquisa e da formação de recursos humanos em ciência da computação no país; a Rede Nacional de Pesquisa – RNP – com o intuito de implantar uma moderna infra-estrutura de serviços de Internet com abrangência nacional; o Programa para Promoção da Exportação do Software Brasileiro – Softex – que visa disseminar e auxiliar a implantação das melhores práticas em desenvolvimento de software e atualmente reúne mais de 1.600 empresas de todo o país e é integrado por uma ampla rede de agentes regionais que prestam apoio e orientação local às empresas em seu entorno.

No século XXI, foram criados outros programas como: o Programa CI-Brasil, através do qual, o governo vem investindo fortemente em microeletrônica, produzindo circuitos integrados, passando pelas etapas de projeto, fabricação da pastilha, encapsulamento e testes; e o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade em Software - PBQP Software – que procura estimular a adoção de normas, métodos e ferramentas da qualidade e da Engenharia de Software para a melhoria da qualidade dos processos, produtos e serviços de softwares brasileiros, tornando as empresas brasileiras mais capacitadas e competitivas no mercado mundial.

Além desses, foram criados os programas de inclusão digital: Casa Brasil, que leva às comunidades, computadores e conectividade, privilegiando ações em tecnologias livres aliadas a cultura, arte e participação popular; Computador Portátil para Professores e o Projeto Cidadão Conectado – Computador para Todos, que possibilita que a população que não tem acesso ao computador possa adquirir um equipamento de qualidade, com sistema operacional e aplicativos em software livre, além de permitir acesso à Internet. Na prática, porém, vemos que ainda há muitos excluídos digitais, seja por falta de acesso aos recursos de informática, seja por falta de conhecimentos necessários para utilizá-los.



Fontes:
http://edutec.net/textos/alia/misc/edmcand1.htm
http://www-usr.inf.ufsm.br/~cacau/elc202/futuro.html
http://homepages.dcc.ufmg.br/~mlbc/cursos/internet/historia/Brasil.html
http://palazzo.pro.br/hist/protem.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_para_Promo%C3%A7%C3%A3o_da_Excel%C3%AAncia_do_Software_Brasileiro
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/31525.html
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/2867.html#lista
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/2845.html
http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/2848.html

2 comentários:

  1. As ações do governo como o programa Computador Para Todos, a Lei de Informática (lei 11.077), a adoção do software livre em instituições públicas e nos novos computadores que chegam a cada dia no mercado, fazem com que o desenvolvimento da Tecnologia da Informação no Brasil cresça de forma acelerada.
    Além do programa de Inclusão Digital, o governo também criou parcerias privadas para que os preços de computadores básicos fossem negociados e parcelados de acordo com o que a população podia pagar, incentivando assim ainda mais o uso do computador pela sociedade.

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  2. Outro projeto interessante é o Garagem Digital, que foi iniciado em 2001 em São Paulo, e atende a jovens do Ensino Médio com idades entre 14 e 24 anos, através de cursos de 300 horas, que ensinam a construir sites e trabalham a formação tecnológica, empreendedora e cidadã. O projeto é realizado pelo Instituto Centec em parceria com a Fundação Abrinq pelos Direitos das Crianças e dos Adolescentes e com a HP Brasil. Esse projeto chegou ao Ceará e hoje conta com 9 unidades que funcionam em Beberibe, Aracati, São Gonçalo do Amarante, Itaiçaba, Aracoiaba, Eusébio, Barbalha, Limoeiro do Norte e Quixeramobim, e atendeu a cerca de 720 jovens no ano passado, tendo o livro "Garagem com vista para o mundo - Inclusão digital com jovens e comunidades" lançado em fevereiro desse ano, contando as experiências do programa no Ceará.

    Fernando Lacerda

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