segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tecnologia X Emprego

A relação entre inovação tecnológica e emprego sempre foi, no mínimo, complexa. No quadro econômico internacional, essa relação chega a ser conflituosa e, talvez por isso mesmo, sujeita a simplificações. As inovações tecnológicas desenvolvidas nas últimas décadas do século XX foram fortes o suficiente para gerar mudanças qualitativas no padrão de desenvolvimento das sociedades capitalistas. Não há dúvidas de que surgiu um novo paradigma técnico, econômico e, como conseqüência, iniciou-se um novo ciclo Kondratiev, num período de desenvolvimento que pode ser considerado a Terceira Revolução Industrial.
A introdução da inovação tecnológica no processo de produção segue reduzindo o trabalho humano diretamente envolvido na produção, a favor das empresas inovadoras trazendo ganhos significativos de produtividade e maior capacidade de competir no mercado. Na década de 90, na maioria dos países, as mudanças ocorridas no setor industrial até então levaram a um menor crescimento da produção relativa ao passado. Tal crescimento foi obtido sem geração de empregos e superou o de outros setores como agricultura e serviços e o crescimento do PIB total.
Atualmente, a automação e a informatização da gestão aliadas aos processos de seletividade de investimento tem confirmado a tendência de menor criação de postos de trabalho pelas grandes corporações e conduzido ao declínio do emprego, diminuindo o número de trabalhadores estáveis e acentuando o emprego informal e precário, como alternativa. Assim, uma grande parcela dos desempregados é formada por jovens, recém formados, que se vêem obrigados a exercer atividades que requerem um nível de instrução inferior ao possuído por esses. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD – de 2008, o contingente de pessoas ocupadas com 11 anos ou mais de estudo - ensino médio completo - registrou o maior crescimento no total dos ocupados, passando de 39,0%, em 2007, para 41,2%, em 2008, totalizando 38,1 milhões de pessoas.
Como conseqüência, houve uma modificação no setor de serviços e um maior crescimento do emprego nesse setor, desde o aumento do emprego nos serviços vinculados às empresas, que suscitou uma quantidade maior de empregos dos serviços financeiros e de administração pública, até os serviços sociais e pessoais.

Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000300017
http://www.espacoacademico.com.br/072/72rauen.htm
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1455&id_pagina=1

4 comentários:

  1. A globalização financeira e a desregulação dos mercados afetou a dinâmica econômica internacional, levando os estudiosos da área a considerarem o surgimento de um novo padrão de acúmulo de capital. Na década de 90, a expansão do produto mundial – 2,1% - foi menor que a dos anos 80 – 3,2% -, com exceção de China e Índia, que tiveram taxas de crescimento anuais de 11,2% e 6,1%, respectivamente, por terem conservado políticas defensivas de sua produção e emprego e organizado um projeto estratégico nacional.

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  3. A automação da produtividade não pode ser vista como uma ameaça para os trabalhadores, o mundo está se modernizando cada vez mais e a tecnologia gera centenas de empregos, seja direta ou indiretamente. Isso deve ser visto pelas pessoas como uma evolução e não como um problema. Os trabalhadores devem entrar em harmonia com as máquinas, pois as mesmas sempre irão funcionar com o auxíio do ser humano.

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  4. A evolução da tecnologia não é a única responsável pelo aumento do desemprego, mas ela tem sua parcela de culpa, pois grandes máquinas ocupam os lugares de diversos trabalhadores. A falta de qualificação profissional é um dos maiores responsáveis pelo aumento do desemprego. Mas, a maior culpada é sem dúvida a falta de educação e de oportunidade para a população, o que faz com que muitos busquem trabalhos informais, pois não possuem renda suficiente para se qualificar profissionalmente e não possuem ajuda governamental para que isso ocorra.

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